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Aristóteles para Todos: uma introdução simples a um pensamento complexo

Capa do livro Aristóteles para Todos

Recomendação:

8
/10

Quando li:

Mar/22- Mai/22

Uma introdução leve ao pensamento aristotélico. Gostaria de tê-lo lido quando adolescente, pois certamente teria me aproximado da boa filosofia mais cedo na vida.

Mortimer J. Adler teve sua parcela de influência na minha “conversão” (real introdução) ao Catolicismo por meio do livro How to Read a Book, pois a partir dessa leitura passei a dar uma importância muito maior ao que eu lia e a tomar como minhas as verdades irrefutáveis com as quais me deparava em bons livros. Não se passou muito tempo desde então até o deslumbramento ao descobrir as cinco vias de São Tomás de Aquino para provar a existência de Deus.

A curadoria de clássicos da literatura ocidental e projeto de estudos organizado por Adler e publicado pela Enciclopédia Britânica sob o título de Great Books of The Western World também direcionou minhas escolhas de leitura de tal e qual romance, mas hoje eu percebo que deveria ter lido pelo menos as 30 primeiras indicações da lista quando tinha mais tempo disponível. E mais do que isso, deveria ter lido outros livros de Mortimer J. Adler, dentro os quais Aristóteles para Todos: uma introdução simples a um pensamento complexo.

Agora só posso imaginar os efeitos positivos que o livro teria tido na minha cabeça de adolescente: busca mais estruturada por conhecimento, dedicação maior aos estudos, introdução “precoce” à filosofia grega, entre outros.

Contudo, como não li nenhuma obra de Aristóteles até hoje (o que, graças a Deus, não me impediu de ter contato com alguns temas importantíssimos ali discutidos), ainda me beneficiei da leitura do livro, especialmente na parte III, o Homem como Ator, que é uma introdução à moral e à política.

Eu confesso que tinha (tenho ainda) uma dificuldade para entender a lei natural assim como ela é entendida pela Igreja. Adler me mostrou que eu não conhecia um princípio absolutamente fundamental para começar a entender o assunto: a busca do ser humano pela felicidade. Não a felicidade particular, subjetiva, mas a felicidade natural, aquela referente à posse de certos bens que podem ser reconhecidos universalmente como necessários para uma vida boa, em resumo: bens do corpo, bens exteriores, bens psicológicos e bons hábitos.

Somente conhecendo e concordando com essa visão da felicidade é possível falar na realidade em direitos e deveres que os outros podem esperar de nós, e nós dos outros e do Estado. Enfim, falar de leis e de política.

O livro passa por esses assuntos e outros centrais da filosofia de Aristóteles de forma concisa e não acadêmica. Ao terminar a leitura fiquei tentado a encarar diretamente a Física ou as Categorias, mas pela minha falta de tempo me contento com outro resumo um pouquinho mais profundo em alguma boa coleção de história da filosofia.

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Por Frederico B. Teixeira. CC BY-NC-SA.

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